O ex-chefe de seção do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Joseph Rodrigues dos Santos, foi exonerado e banido do serviço público federal por cinco anos após ser flagrado cobrando propina para facilitar a provação de contas do PSD, em outubro de 2013. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (21), no Diário de Justiça Eletrônico (DJE).

Joseph estava afastado desde o início das apurações das denúncias, feitas pelo partido. Integrantes do PSD afirmaram que o ex-chefe da seção teria pedido R$ 70 mil para aprovar as contas da legenda e chegaram a gravar as negociações.

O deputado estadual Angelo Coronel, tesoureiro do partido no estado, disse, na época da denúncia, que foi procurado por um funcionário do TRE, que pediu R$ 30 mil para facilitar a aprovação de contas. "Ele iria fazer um parecer favorável, iria enviar para os juízes, o relator, no caso, de cada época, e aí, mediante o parecer já favorável, seria meio caminho andado para que as contas não sofressem problemas de rejeição e sim aprovação".

No vídeo que flagra a negociação, no gabinete do deputado, é possível ouvir o homem falando: "Se vocês quiserem fazer comigo, a partir de janeiro, R$ 2 mil mensais, e a gente vai tomar conta". Na ocasião, Joseph, chefe da sessão de contas partidárias do Tribunal na Bahia, confirmou que foi ao gabinete do deputado, mas negou ter recebido dinheiro. "Eu não recebi dinheiro para fazer qualquer tipo de atividade ilícita, nunca recebi dinheiro. Nunca estive com o deputado, não conheço ele pessoalmente, só por foto etc. Estive no gabinte dele, conversei com algumas pessoas, mas não falei sobre dinheiro. Na verdade, eu fui conversar, a pedido de um amigo, sobre outros assuntos, nada relacionado a contas partidárias, a essa parte de partido", afirmou.

Porém em outra gravação um dos assessores do PSD aparece entregando R$ 5 mil ao funcionário. De acordo com o deputado Angelo Coronel, o dinheiro foi pago para confirmar o pedido de suborno. "Não teríamos provas. Seria a palavra dele contra a palavra dos assessores. Então, na hora que ele pega e recebe o dinheiro, fica configurado que ele realmente queria o dinheiro para poder trabalhar para o partido".

Redação Bahia no Ar