Railan entrando na instituição

O Policial Militar Jorge Figueiredo Miranda, 30 anos, ainda não se apresentou à Polícia Civil mais de dois dias depois de atirar e matar um adolescente dentro da Faculdade Área 1, na Paralela. Ele deve ser ouvido na Corregedoria da PM para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele ainda não entrou em contato com a Polícia Civil para marcar uma data para apresentação. Jorge também é estudante a Faculdade Área 1 e atirou em Railan da Silva Santana, 17 anos, que estaria tentando assaltar a moto do PM.

Segundo a polícia, seis das câmeras analisadas têm imagens que ajudaram na investigação. Uma delas mostra Railan da Silva Santana, 17 anos, na entrada do estacionamento caminhando, aparentemente observando na movimentação. Depois, o PM passa para pegar a moto e Railan então entra pela porta principal acompanhado de outro rapaz. Railan segue para o estacionamento, mas o outro rapaz fica esperando. As câmeras não permitem ver com exatidão o que aconteceu a seguir – uma placa atrapalha a visibilidade.

Segundo depoimento de testemunhas, Railan teria anunciado o assalto e o PM chegou a entregar as chaves da moto, mas Railan fez menção de que ia atirar e então foi baleado – ele foi atingido cinco vezes. Para a polícia, as imagens das câmeras de segurança corroboram essa versão.

O que as câmeras mostram então é Railan correndo, com o PM indo atrás. O suspeito de assalto foi se esconder em um dos banheiros da unidade. Um rastro de sangue mostra o caminho que ele fez. Ele foi encontrado, com uma arma ao lado, dentro deste banheiro, de onde foi socorrido para o Hospital Roberto Santos. Ele chegou sem vida na unidade médica. O rapaz que acompanhava Railan não foi identificado até o momento.

A polícia ainda investiga, mas afirma que os indícios são de que a tentativa de roubo foi premeditada. A delegada Tamara Ladeia, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não quis confirmar se o caso pode ser considerado legítima defesa e disse que ainda aguarda exames de balística para confirmar que os cinco tiros partiram da arma do PM. A Polícia Militar não informou em que unidade Jorge Miranda é lotado. *Correio.